domingo, 7 de novembro de 2010

Capítulo I

Era de noite. Uma enorme bola amarelada sobressaia no meio de tamanha escuridão. Esta e outras luzes iluminavam uma bela noite desfrutada do topo do ponto mais alto de uma pequena cidade. Uma leve brisa assobiava aos ouvidos de Carl, relembrando o de todos os momentos que já passara. Foram precisos quinze anos para Carl descobrir o que era o amor, e descobriu-o da maneira difícil.
Aparentemente Carl não passava de mais um jovem, com um pai, uma mãe e um irmão mais velho. Viviam em Hull, uma bela cidade inglesa. O pai, Gee, era advogado e no seu tempo livre dava aulas para ganhar mais algum dinheiro. Era um pai ausente e isso teve uma grande influencia na vida de Carl. A mãe, Leah, era professora de Latim do Ensino Secundário. E o irmão, Scott, quatro anos mais velho, estudava Direito na Universidade de Oxford. Ao que parece, uma família perfeita, até ao dia em que tudo mudou.
Ainda a tentar ultrapassar a morte dos pais, Leah era uma mulher paciente e descontraída. Levava a vida de uma forma calma, sem problemas. Tinha uma postura muito reservada. Gee, por outro lado era um homem tinha uma personalidade muito versátil: em casa era egoísta e carrancudo; no emprego era divertido e um bom colega.
Já eram casados à vinte e quatro anos e, desde então, que Gee já havia traído Leah com outras mulheres, quatro mais precisamente. Desde da ultima vez que isso aconteceu que a violência doméstica já se tinha instalado em casa.
Certo dia Leah chegou à conclusão de que, se Gee a podia trair porque não traí-lo a ele também?  Foi então que tudo começou. Numa bela tarde de Junho, Gee obrigou Leah a irem dar uma volta, para falarem. Pouco tempo depois voltam a casa e Leah vai directamente para o quarto e tranca-se dentro dele. Gee, irritado acaba por arrombar a porta e grita com Leah, obrigando-a a não voltar a fazer o que tinha feito. Tudo se acalma, até que se ouve Leah a correr em direcção à porta para pedir ajuda. Gee corre atrás dela puxando-a para dentro de casa e fechando a porta. Volta a levá-la para o quarto e fecha a porta. Carl assistia a isto tudo da porta do seu quarto e, ao ouvir a sua mãe a pedir ajuda, não hesita e liga aos tios, os familiares mais próximos naquele momento. Quando tocam à campainha, Carl dirige-se à porta, mas Gee obriga-o a não abrir a porta. Carl não lhe da ouvidos e abre a porta. Leah corre junto da irmã onde se sente em segurança e conta-lhe tudo o que se tinha passado. Gee não suporta ouvi-la a dizer aquilo dele e dirige-se a Hellen, irmã de Leah, dizendo que só queria falar com ela mais um pouco. O pedido foi negado e Gee recorre a violência. Carl reaparece e tudo se acalma. Nesse dia, Leah e Carl saíram de casa, com medo do que Gee lhes podia fazer. Leah nunca mais voltou a encontrar-se com Gee e acabou por lhe pedir o divórcio. Carl, sentiu saudades de sua casa e acabou por voltar a viver com o pai, indo, todos os dias, jantar com a mãe.
Foi um tempo difícil para Carl. Assistir a tudo o que aconteceu gerou enormes mudanças na mentalidade de Carl. Tornou-o mais sensível e deu-lhe uma nova perspectiva do mundo que o rodeia. 

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